A sommelière e consultora de comunicação gastronômica Lena Mattar revela os vinhos que conquistaram os chefs
Por Lena Mattar
O mundo do vinho está cheio de profissionais (e até mesmo enófilos) que, com suas críticas, blogs, aplicativos e outras informações nos ajudam a escolher diante dos muitos rótulos. São pessoas que entendem de enologia e sommellerie, ou que são grande entusiastas auto-didatas, e que traduzem os sabores contidos em cada garrafa.
Acabam ficando de fora desses vereditos especializados outras pessoas que, apesar de não serem no universo do vinho, entendem tudo – ou quase tudo- sobre sabor: os cozinheiros. Mestres em decifrar sabores e aromas e em criar complexidade ao sobreporem ingredientes e técnicas, são verdadeiros apreciadores da gastronomia não apenas no que ela diz respeito ao comer, mas também ao beber.
O vinho é praticamente unanimidade entre os chefs entrevistados e todos bebem pelo menos uma vez de semana, chegando a beber frequentemente, como é o caso de Raphael Despirite, chef do restaurante Marcel e do evento pop-up Fechado para Jantar, que bebe “todos os dias, uma ou duas taças no jantar”.
Porém, há os que bebem de vez em quando e sem muitas pretensões, como é o caso do André Mifano, ex-chef do restaurante Vito e apresentador do programa The Taste Brasil, que aos risos conta: “bebo vinho uma vez por semana. Gosto muito de brancos e espumantes em geral. Quanto aos tintos... prefiro dizer que eles que não gostam muito de mim”. A chef Bel Coelho, do restaurante Clandestino, nem hesita: “na minha opinião é a melhor bebida para acompanhar a comida”, e Alberto Landgraf, ex-chef do restaurante Épice, que se considera “curioso de oportunidade” e aproveita quando está na companhia de amigos entendidos pra conversar sobre o assunto.
No quesito harmonização com a comida, gostam de procurar ajuda de um especialista, como justifica Ivan Ralston, chef do restaurante Tuju: “procuro consultar um especialista que me ajude a tomar a melhor escolha, pois isso exige muito conhecimento. Então melhor deixar para quem sabe. Procuro aprender um pouco cada vez que passo por uma experiência dessas”. E Mifano complementa: “não tem ninguém melhor para falar da carta de vinhos de um restaurante do que a pessoa que a elaborou”. Já Bel gosta não apenas de harmonizar quando consome vinho, mas também cuida da experiência dos comensais de seu restaurante: “participo de todo processo, da escolha dos vinhos aos testes de harmonização”. Por outro lado, alguns são mais tranquilos “não sou de ficar buscando harmonizações para comer. Na verdade eu costumo buscar algo que não “desarmonize” totalmente. Se conseguir isso, já estarei feliz!”, brinca Alberto.
Assim como no caso da comida, entendem que cada tipo de vinho tem seu momento certo, mas os espumantes e vinhos brancos são os preferidos de todos, principalmente os com boa dose de acidez e menos madeira, como Sauvignon Blanc, Riesling e Alvarinho. Dentre os tintos, os preferidos são os do velho mundo.
Abaixo fica a dica do que cada chef costuma beber em casa.
- Champagne Jean Pierre Fleury , R$285 na importadora Delacroix
- Era dos ventos, Peverella, R$165 na Madame do Vinho
- Paul Mas Syrah, R$82,90 na importadora Decanter
Raphael Despirite:
- Quinta dos Loridos, Alvarinho R$119,93 na importadora Portus
- Le Loup dans la Bergerie R$63, na importadora Delacroix
- Pio Cesare Nebbiolo, R$276,50 na importadora Decanter
Alberto Landgraf:
- Simcic, Silvi Pinot, R$150,30 na importadora Decanter
- Travers de Marceau, R$79 na importadora Delacroix
- Riesling Les Eléments, R$119 na importadora Delacroix
Ivan Ralston:
- Serena Pinot Noir, Rio grande do Sul. R$175 diretamente no site do produtor (www.vinhedoserena.com )
- Lo Mon, Priorato. R$303 na importadora Vinissimo
André Mifano:
“Qualquer Sauvignon Blanc da Nova Zelândia”
Original: http://vogue.globo.com/lifestyle/noticia/2016/04/adega-especial-5-renomados-chefs-revelam-seus-vinhos-favoritos.html
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