O centro da produção vinícola mundial sempre foi o continente europeu, especialmente Itália, França, Espanha, Alemanha e Portugal. Entretanto, o mundo assiste novos países e regiões crescendo nas atividades de vitivinicultura, como Ásia, Oceania e América do Sul. Estas mudanças trazem outros contornos ao universo do vinho. Saiba um pouco mais sobre as regiões que têm se destacado.
Georgia e Turquia
Dois países situados nos continentes asiático e europeu, a Georgia e a Turquia tem chamado atenção por conta da indústria vinícola. Tanto que entraram na última edição do Atlas Mundial do Vinho.
A Turquia tem uma produção pequena de vinhos: 65 milhões de litros por ano. Desta quantia, 4% é exportada, tornando a bebida mais rara. Dentre as variedades internacionais mais cultivadas estão Syrah, Cabernet Sauvignon, Merlot, Sauvignon Blanc e Chardonnay. Das nacionais, destacam-se as tintas Bogazkere, Okuzgozu, Calkarasi e Kalecik Karasi, e as brancas Emir, Narince, Bornova Misteki e Sultanive.
Segundo dados históricos, a vitivinicultura está presente na Geórgia há mais de sete mil anos. Aproximadamente 70% do vinho produzido no pequeno país é proveniente da região denominada Kakheti. As uvas de mais destaque da Geórgia são a tinta Saperavi e as brancas Mtsvae e Rkatsiteli.
China
A China tem se destacado tanto na plantação de videiras - tendo conquistado o segundo lugar em área plantada em dezembro de 2014, ficando atrás apenas da Espanha - quanto na produção de vinhos.
Segundo pesquisas arqueológicas, o vinho está presente no país asiático há mais de quatro mil anos. Porém, foi somente em 1892 que a produção comercial da bebida teve início para atender a demanda dos cidadãos ocidentais que moravam na China.
De acordo com especialistas, a qualidade do vinho chinês melhorou muito nos últimos anos, a ponto de, em 2011, um deles ter conquistado menção em revista internacional especializada no segmento. O país também saiu pela primeira vez na última edição do Atlas Mundial do Vinho.
Uruguai e Brasil
Os dois países sul-americanos estão ganhando evidência no mundo da vitivinicultura. O Uruguai possui 19 estados e em 16 há plantações de uvas destinadas à fabricação de vinhos. Cerca de 80% das parreiras cultivadas são de variedades tintas, com destaque para a Tannat. O solo fértil e o clima mediterrâneo proporcionam bons terroirs, garantindo a qualidade das frutas e dos vinhos produzidos. Canelones e Montevidéu são as duas principais regiões produtoras da bebida no país.
Já no Brasil, o clima é mais variado e temperado por conta de sua extensão territorial. As temperaturas mais amenas da Região Sul, especialmente o estado do Rio Grande do Sul, tornaram propícias as plantações de uvas viníferas, tornando a localidade o principal centro de produção de vinhos. Entretanto, outras regiões brasileiras têm se destacado na vitivinicultura, como o Vale do São Francisco.
As regiões de destaque no Brasil
Planalto Catarinense
Foi em São Joaquim, um dos municípios mais frios da Serra Catarinense, que no ano 2000 iniciou a vitivinicultura na região. Este acontecimento motivou outros empreendedores, que implantaram dezenas de vinícolas na localidade e também na vizinhança, como em Bom Retiro. As baixas temperaturas, o solo pedregoso e a altitude de 1.200 metros formam um terroir propício para o cultivo de uvas viníferas que resultam em vinhos mais encorpados.
Campos de Cima da Serra
Localizada no Rio Grande do Sul, a região de Campos de Cima da Serra está há cerca de mil metros acima do nível do mar. A altitude elevada associada ao clima frio leva as uvas à maturação completa, lentamente. Diversas vinícolas estão instaladas na região, entre elas Fazenda Santa Rita, Aracuri e Vinícola Campestre.
Serra Gaúcha
O Vale dos Vinhedos, Caxias do Sul, Garibaldi e Bento Gonçalves fazem parte da Serra Gaúcha. Atualmente, 90% do vinho brasileiro é produzido na região, e nos anos 70 este era a única localidade produtora no país. Solo areno-argiloso, chuva abundante e elevada altitude compõem o terroir da Serra Gaúcha. Os espumantes e os tintos são os destaques da região, que tem Casa Valduga, Salton e Miolo entre suas vinícolas.
Campanha Gaúcha
Situada nos pampas gaúchos, a região faz fronteira com o Uruguai. Na Campanha Gaúcha, o clima é mais temperado, com as estações bem definidas, a altitude é baixa – com cerca de 200 metros acima do nível do mar – e o solo é arenoso. Face ao terroir, as uvas cultivadas na região, como a Cabernet Sauvignon, a Merlot e a Tannat, além de variedades portuguesas, produzem vinhos mais encorpados.
Serra do Sudeste
Localizada no Rio Grande do Sul, esta região é um prolongamento da Campanha Gaúcha. Entretanto, sua altitude é mais elevada: está a 500 metros acima do nível do mar. O solo é granítico, o clima é temperado e as chuvas são amenas. Entre as uvas brancas cultivadas, o destaque vai para a Sauvignon Blanc e a portuguesa Alvarinho; a Tannat é a estrela das tintas.
Vale do São Francisco
503 municípios, localizados em diversos estados, como Pernambuco e Bahia, fazem parte do Vale do São Francisco. Por conta do clima semi-árido, do sol forte e das chuvas escassas, o cultivo de videiras na região só foi possível graças à irrigação com a água do rio. Estas características associadas ao solo areno-argiloso formam um terroir muito peculiar. Variedades como Syrah, Cabernet Sauvignon, Tannat e Ruby Cabernet tem se destacado na região.
Você já sabia sobre a ascensão de todos estes países e regiões na área da vitivinicultura? Já experimentou algum vinho de alguns deles? Compartilhe sua experiência conosco!
Origem: http://blog.artdescaves.com.br/regioes-grandes-apostas-producao-de-vinhos
Que maravilha! O melhor vinho é o próximo! Provar é uma viagem!
ResponderExcluirMuito bem observado Nilson!
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